Eu falo sozinho.
Falo sempre.
Sempre falo.
Não há nada de espanto nisso.
A senhora reza todos os dias e acredita que está com alguém. O torcedor grita sozinho na sala achando que os jogadores vão ouvi-lo.
O pobre rapaz reclama com o amigo de boteco sobre sua namorada, mas só sossega quando fica de um lado pro outro pela cama se perguntando, sozinho.
A maioria das pessoas parece orquestrar uma filarmônica quando falam sozinhas.
Ou um bando de filósofos com a mão no queixo.
Eu não!
Minhas mãos ficam ocupadas com o cigarro. Mas continuo falando sozinho. O vizinho me taxa de maluco, a vizinha diz que sou desequilibrado. Mas se tudo isso fosse loucura, choraríamos na presença de todos, com milhares de testemunhas.
Não vejo nenhuma loucura nisso. Adoro ouvir minha voz reclamando pelos corredores ou xingando qualquer coisa, qualquer ato sem pensar.
Adoro me deitar pra dormir e dizer boa noite para as paredes. Acho fantástico acordar e me perguntar toda manhã o porquê tive pesadelo ou o porquê dormi tão mal.
E o número de pessoas que falam tudo ao desligar o telefone?
É enorme.
É um festival de puta que o pariu, merda, por que ela fez isso? Ou por que eu não disse isso? Ou por que ele é desse jeito?
Loucura?
Não, nos sentimos bem sozinhos porque o coletivo nos traz corrupção, nos faz corruptos.
Isso não me espanta.
Ficarei espantado quando atender ao telefone e do outro lado da linha ser eu.
A senhora reza todos os dias e acredita que está com alguém. O torcedor grita sozinho na sala achando que os jogadores vão ouvi-lo.
O pobre rapaz reclama com o amigo de boteco sobre sua namorada, mas só sossega quando fica de um lado pro outro pela cama se perguntando, sozinho.
A maioria das pessoas parece orquestrar uma filarmônica quando falam sozinhas.
Ou um bando de filósofos com a mão no queixo.
Eu não!
Minhas mãos ficam ocupadas com o cigarro. Mas continuo falando sozinho. O vizinho me taxa de maluco, a vizinha diz que sou desequilibrado. Mas se tudo isso fosse loucura, choraríamos na presença de todos, com milhares de testemunhas.
Não vejo nenhuma loucura nisso. Adoro ouvir minha voz reclamando pelos corredores ou xingando qualquer coisa, qualquer ato sem pensar.
Adoro me deitar pra dormir e dizer boa noite para as paredes. Acho fantástico acordar e me perguntar toda manhã o porquê tive pesadelo ou o porquê dormi tão mal.
E o número de pessoas que falam tudo ao desligar o telefone?
É enorme.
É um festival de puta que o pariu, merda, por que ela fez isso? Ou por que eu não disse isso? Ou por que ele é desse jeito?
Loucura?
Não, nos sentimos bem sozinhos porque o coletivo nos traz corrupção, nos faz corruptos.
Isso não me espanta.
Ficarei espantado quando atender ao telefone e do outro lado da linha ser eu.
0 comentários:
Postar um comentário