Tristeza faz parte.
Tristeza faz arte.
E faz. Chega ao ponto de ser algo natural. Tristeza chega e com ela vem o choro, fácil. Lágrimas que doem se não forem expostas. Lágrimas que desconfiguram um rosto se não escorrerem feito rio. Rios nunca são os mesmos. E passam e levam e arrastam. Olhos chororos nunca são os mesmos. E ardem e expulsam e aproximam. Das coisas que não permanecem que fiquem ao menos uma saudade nostálgica que não quer ter volta.
E voltam. Um novo rio. Incessante. Uma vida escorrendo, não tem jeito.
Tristeza faz arte. Quando não mais encontra espaço, a face vermelha arde e pesa e o sentimento ganha voz. Voz baixa, forte, devastadora. Tristeza não filtra. Tristeza expulsa e põe pra fora. Tristeza não fica a refletir e sim a se livrar.
E daí, amor sofrido vira poesia.
Ausências viram crônicas. Saudade vira fotografia.
E assim, a vida escorre, e passa, e leva, e limpa.
Mas que assim não se seja por toda hora.
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