Comecei este texto há uns sete
meses atrás, estava na faculdade ainda. Hoje eu o terminei, ficou até legal.
Eu queria não ter que precisar
crescer. Crescer assusta crescer dói. Dói muito, dependendo do quão cedo você é
jogado da zona adolescente direto para a zona adulta. É muito estranho quando
você se enxerga velho o suficiente para ir pra um bar e voltar a hora que
quiser, mas fica com o rabinho entre as pernas se o seu chefe briga com você
pelo atraso logo na segunda de manhã.
Colo de mãe é algo realmente
milagroso. Eu lembro que quando eu era criança, eu costumava dormir no colo
dela porque estava chateado já que aquele dia no colégio tinha sido o dia de
levar brinquedo e eu me esqueci de levar meu carrinho do Caça Fantasmas. Hoje
eu preciso de colo porque tenho decisões pra tomar daqui pra frente (algumas me
assustam muito, outras, nem tanto…)
Mas são decisões que irão realmente
fazer a diferença e que irão mudar completamente o sentido da correnteza do meu
rio. Decisões que irão fazer meu avião passar por uma forte turbulência.
Eu lembro que quando eu tinha 10
anos, eu achava que ter 18 iria ser o máximo e que a vida seria muito mais
interessante e divertida depois que eu pudesse ir para uma balada com os amigos
e voltar às 7 da manhã. Agora, tenho 22 anos, tenho nojo de balada e às 7 da
manhã é o horário que eu estou indo dormir, depois de ter passado horas em
frente ao computador escrevendo minha monografia para ter meu diploma na
faculdade. Ou seja, no quesito “virar um adolescente normal”, eu fracassei.
E realmente não me arrependo. Até
me orgulho de ser estranho do jeito que eu sou. Enfim, crescer é deprimente.
Você percebe que você passou anos guardado dentro de uma caixinha, e que agora
a vida abriu sua casquinha protetora. E você terá de sair.
Sua caixinha serviu pra te guardar
enquanto você esteve se preparando pra algum dia, explorar o mundo que existia
fora da sua zona de conforto. Às vezes eu irei precisar de colo, mas o colo que
eu preciso não estará por perto.
Medo de ficar sozinho, todos temos.
Mas o medo de se arriscar consegue ser ainda maior.
Tudo que é novo assusta demais,
gera insegurança, dúvidas, tristezas e angústias.
Mãe, cadê meu colo?
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