Para começar o ano de 2013 eu só tenho a falar que eu:
Tive cuidado.
Eu olhei duas vezes antes de atravessar, mantive o dedo
distante das tomadas, me agasalhei no frio e usei protetor solar no verão.
Eu cuidei aqui e ali de umas coisinhas, de uma listinha
básica da vida.
Eu juro que olhei duas vezes antes de atravessar… Mesmo
assim, cercado de cuidados internos, um algo qualquer passou por cima.
Não sei, não tive tempo de ver.
Na maioria das vezes eu nunca vejo.
O asfalto não é alívio para o corpo.
Erguer-se novamente nas próprias pernas fica sempre alguns
por cento mais demorado. E doido. Doído, com acento e sem.
Passei lá minhas pomadas, costurei as roupas, enxuguei os
olhos, mas como, meu Deus, como passa o trauma?
Todas as ruas parecem um destino ao próximo acidente.
Ou seja, brevemente falando em outros parágrafos para não
confundir: todo novo passo é um atropelo.
Ah, como eu queria andar sob pernas de pau que se
quebrariam antes de mim.
No choque com o chão eu já nem seria mais eu e tudo se
refaz mais fácil como novas pernas de pau. Melhor adormecer na queda, mas eu
sou como o pão que cai com a manteiga virada para baixo: caio com a consciência
plena da dor.
Não adormeço e nem me mexo.
Condenado ao atropelo, de fato.
E o que posso dizer?
O quão frustrante é viver na regra de cuidados que não me
cuidam?
O quão estranho era se proteger e tanto se quebrar?
Eu devo estar esquecendo algum detalhe…
Ou, quem sabe, algum detalhe que me esqueceu.
Este
texto é sobre a força de vontade que queima dentro de mim como o fogo que
alimenta a alma de uma Fenix, sobre a minha ignorância como homem, sobre o meu crescimento,
meu amadurecimento e para que saibas que nada ira fazer com que eu desista do
amor que tenho dentro do meu coração.
Só
não deixe que eu morra.
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