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    ''O direito a ser iguais, quando a diferença nos inferioriza; o direito a ser diferentes, quando a igualdade nos descaracteriza''.

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Depois de algum tempo tendo problemas com o blog, hoje dia 17 de Setempro de 2013 eu consegui arrumar o lealt e o template. Estarei postando alguns textos que já tenho pronto. E para deixar bem claro, todos os textos que aqui são postados são registrados por data e hora de postagem pelo blogspot que faz parte do google.com. Os textos que não são de minha autoria terão o nome do autor em baixo do texto em questão. Já os que não têm nome por logica devera ser os meus. Espero que gostem do blog, e agradeço se puderem comentar as postagens.

Grato: Welder Campos Rodrigues.

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Escolhi pintar em vez de escrever!


Eu queria ser poeta. Mais sou apenas um contador de historias.


Na panela, macarrão queimado, ele cismou de fazer artesanato, cheiro de tinta pela casa inteira.
Mesmo ali, no terceiro azulejo branco da esquerda pra direita, ali a denúncia das novidades, mancha disforme e magenta saltando a olho nu.
A vizinha segue rindo um riso esgarçado, estridente, e a televisão alta indica que o motivo do riso é igualmente patético, mas você sabe, não há nada mais triste que um domingo, dia sem dentes, somente a gengiva nua e amolecida sorrindo pra nós. Enquanto toma conta das suas minúsculas quinquilharias artesanais, diz com uma voz esquecida de emudecer.

- Eu também seria escritor se soubesse como. Eu escreveria muitíssimo se pudesse, montes e montes de páginas, escreveria horrores, até transbordar, uma puta de uma overdose de palavras pra todos os cantos, até não restar mais nada o que dizer! Mas, olha, não sei, acho que vocês são mesmo é loucos, vocês que se dizem escritores, porque escrever é também falar sozinho, não é? Vocês falam e falam, mas vocês não dizem muita coisa, agora mesmo, eu estou aqui falando enquanto você não diz nada e só quem me ouve é o pote de tinta, o ex-macarrão que um dia já esteve nesse mundo e agora é pura massa queimada na panela, você que é você não está nem por aqui, você está é todo pra dentro que eu posso perceber, todo pra dentro, sem palavra nenhuma pra me dar. Sobre a madeira crua, a tinta azul petróleo, vai ficar bonito, vai fazer alguém feliz esse porta-retrato enfeitado, mesmo que ninguém o compre, ele já nasce com a possibilidade de se doar pras utilidades alheias e isso por si só já é bastante, não é? No fundo, no fundo, o que a gente faz é sempre uma tentativa de se dar um pouco mais... e consegue?

Pois é, eu sei, estou falando demais, isso é pra você ver o que as palavras fazem, umas vão puxando as outras, fazem a gente entrar num ciclo e no fim das contas, era tudo artimanhas, pois nada de fato foi dito, estamos sempre patinando na própria voz. Por isso mesmo que eu gosto das tintas, nada é prometido, nada chega a lugar nenhum, apenas uma superfície cobrindo a outra e fica tudo por isso mesmo, inclusive, pensando bem, se eu pudesse escrever, talvez eu preferisse não escrever nada.
Assim como preferi não sair e não ganhar meu salário mensal, mas sim percorrer os outros caminhos que as pessoas desmerecem mas existem e existem para serem caminhados.
Já no prato está o frango, plano B pros desvios naturais do percurso, ele comendo como quem rumina, ele falando como quem vomita, cheiro de tinta pela casa inteira.
E eu não preciso de uma caneta e um papel pra encontrar meus sentidos, amor, vez em quando a gente prefere não fazer as coisas simplesmente porque a gente pode preferir, a gente pode não fazer, e o poder não fazer é tudo, mesmo quando não muda nada.
Eu mesmo posso largar agora esse pincel colorido de laranja, esse futuro porta-retrato que um dia vai segurar a marca da vida de uma outra pessoa, eu posso largar e ir embora, sair por aí, ir ao parque, eu posso, e é o poder que me situa, você entende?
Às vezes, confesso, fico me perguntando e só te digo isso porque sei que você não ouve, se ouvisse realmente não te daria confissões, eu fico me perguntando se essas nossas liberdades não são um disfarce pro nosso querer tão desesperado, será que não?
Será que eu penso que posso apenas pra achar que, se faço, é porque quero, enquanto no fundo a verdade é que eu preciso?
E, meu Deus, olha só pra você, ninguém nem diz que é um escritor importante, centenas de textos publicados, prêmio sei lá da onde, ninguém diz, você comendo esse feijão e essa linguiça no domingo, todo nu das palavras, parecendo até um mudo, até um muro, ninguém diz!
Eu mesmo também não digo é nada, pra mim você é um homem quase anjo.
Se quiser me deixar, já disse, tenho aqui as minhas artes, necessárias ou não, tenho aqui minhas imposições, mais te peço que leve, essas mil páginas espalhadas pela casa, leva essas letras, para que nunca se esqueça de mim.
Pensando melhor, ainda bem que não posso escrever, que desespero seria se eu pudesse… aliás, melhor ainda que eu nem saiba como escrever, se soubesse, seria obrigado a desaprender. Porque seria obrigado a escrever diária mente sobre a nossa historia.
Eu prefiro ficar aqui pintando você, eu. Ah nossa vida.
Espera!
Você ainda não entendeu não é?
Eu te amo e sempre irei te amar.
♫ Let your memories grow stronger and stronger
'Til they're before your eyes

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Viva o Livre!

Declaro aberto os portões desta Sociedade Alternativa. Sintam-se platéia de um palco cheio de personagens que nem eu sei de onde vieram.
A única coisa que sei é que eles estão dentro de mim e que vão começar a aparecer.

Melhor se acomodar, que a cortina já abriu...

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