Eu
tenho que confessar a você que o meu lençol ainda não foi à máquina de lavar.
Gosto
de sentir seu cheiro ao dormir, perceber sua essência entrando pelas minhas
narinas e desviando o caminho do pulmão, indo direto ao cérebro como a fumaça
de um cigarro.
Isso
serve como um prêmio de consolação, isso me conforta em termos, isso me faz não
chorar ao espreguiçar o corpo e não tocar a sua pele quente.
A
memória pode ser a perdição do homem, lembro bem, a cada instante como você
cobria meu corpo com a marca perfeita dos seus dentes, mas também pode ser sua
salvação, sua tábua flutuante em meio ao mar de melancolia eu continuo
recordando das suas unhas percorrendo meu peito e dos teus dedos desabotoando
minha bermuda.
Sua
aura lilás transbordando por cima de mim, melando minha pele esbranquiçada que
pede pelo sol.
A
sua cor ainda permanece no meu travesseiro.
Nossas
roupas todas espalhadas pelo chão, e nossa alma espalhada por baixo do edredom,
aquele ciclone, aquele vendaval que desordenou e virou tudo de cabeça para
baixo, não passou da nossa cama.
Eu
me perdi no meio dos teus beijos, e me enrolei na sua pele, e me misturei ao
teu suor e cantei os gemidos junto aos teus, ali, éramos, realmente, um só.
Nas
noites de sábado.
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