Querido...
Escute
o que lhe digo.
Você vai morrer sem amigos e desprovido de qualquer abrigo.
Você vai morrer sem amigos e desprovido de qualquer abrigo.
Irão
te empurrar sem a menor pretensão. Mas você, com a garrafa na mão, perecerá deitado
na contramão, sem glicose para pôr na veia. Sem nunca ter tido uma ceia.
Nunca despertou a fé alheia, e não seria agora a livrar-se da poeira.
Nunca despertou a fé alheia, e não seria agora a livrar-se da poeira.
Quem
o fez ir nada mais fez que um favor. Quem só fez rir, já está acostumado ao
terror.
Mas
não se preocupe meu caro mendigo, esse é o ponto.
Como você tem tantos... eu nem te conto.
Como você tem tantos... eu nem te conto.
Inúmeros
mendigos de alma. Sendo tapeados e mantendo a calma. Adiando o fim dos meses, morrem
umas duas ou três vezes, nem percebem, que o verdadeiro mendigo são eles.
Não
mendigando pão, pois eles já têm de montão, mas estendem a mão, pedindo compreensão.
Você
não pôde ir à escola, por isso pede esmola. Eles entram nela, e saíram pedindo
pela ruela, o brilho que eles perderam quando se submeteram à sociedade.
Então,
caro mendigo, agradeça por ser apenas mais um ao meio de muitos.
Você viveu sem ser reconhecido. Mas morreu sabendo quem tinha sido.
Você viveu sem ser reconhecido. Mas morreu sabendo quem tinha sido.
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