Os escritores não são conhecidos. Os leitores
passam apercebidos. Carregando um mundo mágico dentro da bolsa ou embaixo dos
braços. Dentro do ônibus, no metrô, na pracinha da cidade ou de alimentação do
shop.
Os braços fracos. Os olhos cansados. A vista pesada,
o óculo sobre o nariz, e café no colchão. Mas o cérebro, sem nunca parar de
ler, nunca para de pensar. A boca sem mexer num compasso triste ou feliz
comove. Os dutos lacrimais extravasam. E o peito vaza, morre a personagem,
morre a gente.
Fecha o livro e ninguém lembra do autor. Só da
dor.
E você meu caro amigo, o que te direi, se por
ouvidos não sei dos escritores, quem me dirá dos poetas?