Sou louco, sou maluco.
Não faço o que acho e digo o que penso.
Eu tento.
Não desisto tão fácil assim, não se joga nada.
Sou uma rocha que quebra com tanta facilidade, que às vezes
penso que não passo de uma folha de papel.
Sou pó, areia, vento. Sou como tudo.
Passo. Posso, mas não quero.
A liberdade às vezes só depende de dentro.
Sempre, digo.
Voa-se três quarteirões, acha que já se distanciou demais e
volta.
Isso é caretice, doidice como eu, não é?
Já reparei no que digo e no que não digo. O que quero é
confuso e o que não quero é mais ainda.
Tudo é tão sóbrio, tão efervescente, tão calmo, tão quente.
Às vezes penso que nada é equilíbrio, que tudo é feito de
exageros e imedidas doses.
Se não fosse assim eu não pensaria a loucura que é a minha
mente.