Encostou a cabeça na janela e ficou vendo as coisas passarem.
Passa a rua, passa gente, passa carro, passa o tempo.
A blusa suada grudada na pele fica lembrando o calor que não passa.
Passa a calma, passa o sono, passa a roupa, passa o tempo.
O ônibus para em cada parada e as coisas param de passar.
Então, passam bêbados, passam gordos, passam perfumes insuportáveis, passa o tempo.
O ponteiro da hora marcada passa da hora e tudo demora.
Passa tudo, passa por cima de tudo, o tempo passa sem parar.
.
.
.
.
1 comentários:
Muito bom... A sensibilidade de sentir cada momento.
Postar um comentário