Não nascemos pra ser o que realmente somos.
No âmago, no fundo do poço, por trás dos meus olhos, no meio
das costelas gritando na pele, debaixo das unhas ruídas de ansiedade, no
segredo das horas que não te trazem eu sou solidão.
Eu sou a solidão e o frio sólido do teu olhar que foge do
meu, da tua voz que lembra o mar. Do teu ar de paz e maresia que me envolve
depois de percorrer todo oco que nos separa, depois de percorrer todo o
silêncio e toda a vontade que irradia de nós se debatendo no vazio e nos
acertando como uma colisão caótica, estranha.
Dói só quando eu lembro que você é tão estranho quanto eu e lembro que nos encaixamos na cor dos olhos, no breu do cabelo e no mistério de nossas tentações, quando você some e volta como ondas cada vez mais fortes.
Dói só quando eu lembro que você é tão estranho quanto eu e lembro que nos encaixamos na cor dos olhos, no breu do cabelo e no mistério de nossas tentações, quando você some e volta como ondas cada vez mais fortes.
Dói quando fujo e caio no cheiro da cerveja, no ar boêmio de
longe de ti quando pairo numa loucura fúnebre que não liberta minhas amarras,
que fecha a minha cara e sintoniza meu som na tristeza do poeta que canta.
Numa loucura que deixa as mágoas mais fortes que as certezas.
Loucura que desperta meu vulcão e me embaça a vista quando te
vejo.
Loucura que sofre uma metamorfose triste e não se encaixa em você.
Loucura que sofre uma metamorfose triste e não se encaixa em você.
Que grita - nós nos amamos.
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