Viajar.. Viajar para Roma, Itália, provar do chocolate suíço, ir às
lágrimas com teatros mundo afora, imaginar os Jardins Suspensos da Babilônia.
Comer do bom e do melhor, vender uma parte da vida, colocar a
mochila nas costas e sair, comemorar, conhecer novas pessoas, de almas tão
desconhecidas.
Para os mais necessitados, viver romances em Paris.
Jogar
moedas em poços mesquinhos, comer pizzas caras, desejar que o eterno seja mesmo
tempo demais.
Beijar
na chuva, beijar debaixo d’água, beijar só por beijar, mas beijar só por beijar
porque não pensou, pela primeira vez não pensou que se arrependeria depois.
E
amar.
Verdadeiramente,
amar e ganhar baldes d’água imaginários na cabeça quando, em público, gritar em
silêncio que ama, só por amar. Ama sem dinheiro, sem compromisso, sem foto pra
provar.
Quem
sabe aprender um novo idioma, uma língua morta, ganhar o prêmio Nobel e
escrever um livro de memórias. Mas que nessas memórias estejam contidas as
coisas que não foram contidas.
Comprar
um barco, um camelo, pedir desculpas, e pedir desculpas aos filhos, quando
estes estiverem cansados e enrugados demais para ouvir você dizer que eles são
o maior sonho já realizado.
E
depois disso tudo, uma biblioteca com seus livros preferidos, conhecimento de
toda a obra daquele tal artista que quase ninguém conhece um cachorro tirado de
rua, um abraço num desconhecido, elogios do pessoal do trabalho voluntário.
Chorar em público, passar um trote, queimar dinheiro, pular de uma cachoeira,
viajar com os amigos, aprender a nadar, virar astronauta, dançar como um louco
no meio de uma festa chata, subornar alguém, ser DJ por um dia, entrar em coma
alcoólico, tatuar uma idiotice…
Fazer
besteira.
Ou
então, mais ainda, fazer besteira em Las Vegas, com o amor da sua vida.
Passar
72h acordado, escalar uma montanha, pular de paraquedas, arriscar um bungee
jump… Tudo o que for radical, até mesmo uma mudança radical no cabelo, no
visual, uma mudança radical de vida.
Gritar
em praça pública, gritar o mais alto que puder gritar como se já não escutasse
a própria voz há muito tempo. Como se já não aguentasse mais.
Xingar
o chefe, se demitir, fugir de casa, comprar o chocolate mais caro e mais
gostoso, experimentar comidas exóticas, nadar com tubarões. Quem nunca quis
nadar com tubarões!?… Só quem preferiu comprar um pônei.
Dormir
ao relento e rezar para não morrer. Para não morrer. Rezar para não morrer.
E
quando chegar o fim do ano, com aquela roupa branca suja de champanhe, dizer
com todas as letras que aquele sim, aquele foi o ano mais incrível da sua vida.
Riscar a felicidade do caderno de metas. E sorrir, contente, para a lápide
quente.
Essas
coisas que a gente quer, que a gente ama, que a gente sonha, antes de ir para a
cama e lembrar que o mundo não acabou, que já passou da meia noite, e que já
não aguentamos mais essa sequência de amanhãs.
Mas
ainda é cedo… E amanhã, amanhã eu juro, eu juro que penso nisso.
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