Ele não podia dispensar
a cervejinha de sexta-feira com os amigos. Ela era movida a café enquanto via a
novela.
Ele amava os filmes de bang-bang. Ela só ia ao cinema para ver algo cult.
Ele sonhava em ter cinco filhos e ensiná-los a atirar de estilingue, jogar futebol e paquerar as garotinhas. Ela queria um filho único - pra ela, pro mundo.
Ele esquecia datas e aniversários. Ela fingia que não lembrava, mas tinha suas sobrancelhas arqueadas para qualquer ah em tom sonso.
Eles brigavam, tanto quanto um homem e uma mulher podem brigar. Ele dizia que seu maior defeito era amá-la. Ela dizia que o amava com todos seus defeitos.
Ninguém acreditava neles. Nem eles mesmos, se isso servisse de consolo. Opostos se distraem, dispostos se atrem - é o que diziam, os abutres de plantão e o Teatro Mágico.
Porém, como cada relógio numa maquinaria perfeita tinha suas engrenagens, o amor deles era essa bomba-relógio. Perfeito perigo, veneno doce. À noite, debaixo das cobertas, ela dizia que não entendia como eles podiam se amar. Pela manhã, ele dizia que não havia como não se amarem.
E nesses opostos, que muitas vezes se distraiam com desigualdades, estava o encaixe perfeito de um eles, sem caber de imaginar. Ele nem desconfiava que tinha um pedaço dela, e ela sorria ao ver que ele estaria sempre consigo.
Ele amava os filmes de bang-bang. Ela só ia ao cinema para ver algo cult.
Ele sonhava em ter cinco filhos e ensiná-los a atirar de estilingue, jogar futebol e paquerar as garotinhas. Ela queria um filho único - pra ela, pro mundo.
Ele esquecia datas e aniversários. Ela fingia que não lembrava, mas tinha suas sobrancelhas arqueadas para qualquer ah em tom sonso.
Eles brigavam, tanto quanto um homem e uma mulher podem brigar. Ele dizia que seu maior defeito era amá-la. Ela dizia que o amava com todos seus defeitos.
Ninguém acreditava neles. Nem eles mesmos, se isso servisse de consolo. Opostos se distraem, dispostos se atrem - é o que diziam, os abutres de plantão e o Teatro Mágico.
Porém, como cada relógio numa maquinaria perfeita tinha suas engrenagens, o amor deles era essa bomba-relógio. Perfeito perigo, veneno doce. À noite, debaixo das cobertas, ela dizia que não entendia como eles podiam se amar. Pela manhã, ele dizia que não havia como não se amarem.
E nesses opostos, que muitas vezes se distraiam com desigualdades, estava o encaixe perfeito de um eles, sem caber de imaginar. Ele nem desconfiava que tinha um pedaço dela, e ela sorria ao ver que ele estaria sempre consigo.