E num requebrado, tornou-se dele a Marie Belath.
Ele? Seu eterno namorado. Eterno sim. E em seu quadrado, pôs-se a suspirar por
aquela dama de cetim.
Ela alternava entre Elvis, entre Maysa, e à lá
Carmem e requebrava. Sangue fervia. E ele pobre coitado a almejava, aplaudindo
ao final de toda louca melodia.
Ao findar das canções, o espaço esvaziou-se e quase
todos os corações, sobraram dois. E sem uma ou duas razões, Marie aproximou-se
três segundos depois.
E o music bar foi insuficiente para tanto sangue a
pulsar.
Tudo tão sem defeito.
De ardor encheu-se o ar. Queria-o mais que tudo,
queria-o de todo jeito.
Eis que então,
beijaram-se de súbito, rangendo os lábios de paixão.
Foi intenso, Maria afagou-se
com um lenço, num minuto imenso.
- Como chamas?
- Miguel, que há muito tanto amas.
Ela o olhou surpresa. Ele a ignorou com um beijo ao
som do blues.
Como toda artista, tinha Marie um camarim na
periferia de sua vista. Como num cinema, Miguel, um ensaísta, ofereceu um Vogue
para uma noite plena.
Uma noite indecente foi embalada pela paixão de um
casal carente.
Marie disse please. E em sua mente, Miguel sossegou-a
até sorrir feliz.
Amanheceu, e o coração de
Miguel a musa de cetim se esqueceu.
Porque o amor logo se
move quando em tudo chove.
Marie voltou ao Rio.
Miguel sorriu.
Marie fugiu do norte.
Não teve sorte.
Marie cantou Come Back, e abriu um leque, para lembrar-se de Miguel.
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