Informação geral.
Grato: Welder Campos Rodrigues.
Não escrevo mais com a mesma frequência porque o meu coração já não bate mais no mesmo compasso.
As palavras e a vontade fugiram de mim porque você não quis ficar.
A dor, a sua ausência, a sua falta e a extrema carência já passaram por aqui e as transformei em textos, frases, poemas e fui mais longe, algumas tornaram-se lágrimas porque você, ah, você eu tatuei na alma.
E é por isso que não escrevo com a mesma facilidade de antes.
O vazio da minha alma te consumiu porque eu não fui o bastante, o meu amor não foi o bastante.
Quando há o que sentir, há pra quem escrever.
Querido John
Posted by : Welder Campos on terça-feira, 30 de abril de 2013 | | 0 Comments
Uma criança, loucura, e chocolate!
Eu queria ser poeta. Mais sou apenas um contador de historias.
Quando eu ainda estava no ensino
fundamental, uma vez no recreio, comendo um chocolate derretido, pensei isso,
pela primeira vez: E se eu ficasse louco?
Vi meus amigos trocando papéis de
cola para a prova, vi uns meninos correndo de testa suada, vi uma professora
caminhar como alguém que pensava em alguém que ela encontraria no final do dia,
vi tudo isso como se não pudesse ter, ver e ser.
E se eu ficasse louco.
Que triste para meus pais, que triste
para a carteira vazia da escola, que triste para os livros plastificados com a
etiqueta que dizia quem era eu.
Um estudante, um garoto, com família,
amigos, tênis sujos, camisas brancas com o brasão da escola.
Se eu ficasse louco tudo isso seria o
quê? Pra onde iriam os materiais e as pessoas e o amor?
E se eu ficasse louco?
Quem iria me ver babar num canto de
um hospital? Existe louco em casa? Mãe ama os loucos? Louco tem amigo? Louco
tem livro plastificado? Louco começa e não para mais até acabar? Louco uma vez,
louco pra sempre?
Converse. Respire. Pense. Pense. Vamos.
Não fique louco. Mude de assunto.
Dê nome pra loucura que ela deixa de
ser. Sinta dor com nome que assusta menos. Caia na aula de educação física,
rale o joelho, sangre, dói menos. Desembarace os cabelos e sinta que problemas
se alisam.
Faça o papel do chocolate virar um
barquinho. Isso. Conte uma piada. Se os outros rirem bastante. Se a sua
estranheza puder ser amada. Qualquer coisa menos loucura. Pense naquela música
da rádio.
Não, você não está triste.
Uma fofoca e pessoas em volta. Vá até
o banheiro molhar o rosto. Os outros. Olhe. Os outros. Vamos. Que data mesmo?
Da guerra. Que data? Qualquer coisa. Menos louco. O hino. Sujou um pouquinho a
meia limpa.
Dê nome aos problemas. Problemas com
nomes são problemas e não loucuras.
Não caia duro no meio do mundo. Não
se chacoalhe no meio do pátio. Não vomite só porque sei lá o que é isso
impossível de digerir e nem quero saber.
Não abrace sem fim porque é preciso
sentir o vento com o peito sozinho. Terrível mas tem banho quente pra distrair.
Não espanque, não soque, não chore
sangue, não arranque a língua, não grite, não acabe.
Siga. Sorria. Mais uma prova. Mais
uma festa.
Sempre um pavor escondido mas nem era
nada disso. Sempre uma tristeza abafada mas nem era nada disso.
Sempre uma alegria exagerada que
ninguém acolhe e o silêncio depois, fazendo curativos na pureza criando cascas.
Um dia você será. O quê? Normal. Um
dia você será. Normal. Um dia. Enquanto isso se distraia como a professora que
ama, as crianças que trocam papéis de cola, os garotos que correm. Eles estão
se distraindo também e pensando: Olha, um menino comendo chocolate.
Posted by : Welder Campos on sábado, 13 de abril de 2013 | Marcadores: Histórias | 0 Comments
Absorvendo o mundo, e criando a minha historia!
Sabe
o deslocamento provocado pela explosão de uma bomba nuclear?
Essa
força determinada e implacável que retira, dilacera e destrói tudo que esta ao
seu redor?
Então,
tudo isso sou eu, em pé diante do mundo. Sou eu expressando nítida e mortalmente
a minha necessidade de absorver tudo, cada visão, cada palavra, cada
sentimento, cada olhar e expressão, cada desejo, cada estrada, cada traço, cada
poema, cada gesto, cada pedaço desse mundo, da terra até o céu, cada estrela do
universo, cada abraço, cada emoção, cada pessoa ou coisa, cada cor e cada
canção.
Eu
quero tudo se deslocando pra dentro de mim com toda essa força pra dentro do
meu corpo e da minha mente.
Quero
escrever, falar, gritar sobre cada detalhe. Quero ser tudo e no final de tudo
também me explodir e num mar de sentimentos reconstruir, reorganizar, criar um
novo mundo, um universo paralelo de sons e palavras e quem sabe na minha velha
estante tudo se materialize, um livro escrito, o renascimento de um universo
infinito e por isso mesmo completo, de um novo eu, um novo e maravilhoso mundo.
Posted by : Welder Campos on sexta-feira, 12 de abril de 2013 | | 0 Comments
Sobre a vida que passa, memorias que ficam e a luta da sobrevivência!
Nós,
seres vivos, não somos infinitos, somos uma espécie de ciclo.
Ciclos
que se estendem em imensidões e em formatos que desconhecemos, mas que
esbarramos durante nossas existências.
Quando
um estudante está no terceiro ano do seu ensino médio ele está no fim de ciclo,
ao invés de um do primeiro que está apenas começando a riscar com um giz seu
caminho. E isso é óbvio.
O
inusitado dessa situação é que não reparamos que esses ciclos se colidem. E se
consolidam em algo maior, tornando a herança de um colégio ou instituição.
No
fim das contas, todos terão seus ciclos concluídos. Diversos momentos e
instantes das vidas de milhares.
Porém
na existência e duração da edificação que recebeu esses seres, foi apenas um
longo e extenso registro. Podemos chamar isso de história. Mesmo com seus pós,
prés e reformas, o lugar permaneceu o mesmo.
Nossas
vidas também não são momentos isolados, são ciclos e mais períodos que se
completam. Não devemos ficar tristes ao lidar com um fim ou uma espécie de
ruptura em nossas vivências rotineiras.
Fins
são apenas recomeços ou começos de coisas diferentes.
O
fim do colegial é o início da vida adulta e rodeada de responsabilidades, porém
com novas licenças. O término de um ensino superior é o despertar de uma
carreira e quiçá uma vocação.
Momentos
difíceis são como estiagens, sempre possuem um fim. E o que vem após isso é
alegria, é florescer, é renascer de coisas antigas com rostos novos. Momentos
passam, lembranças ficam, lágrimas correm e apertos no coração nos seguem pelo
resto da vida. Dolorosas como agulhas no novelo de lã.
Porém
essas coisas são o que tecem nossas vidas. Agulhas são os sentimentos, em
alguns momentos são agudas como em espetares de sentimentos tristes. Ou são
construtivas ao tecer nossas novas circunstâncias e perspectivas ao formar o
que realmente somos.
Como
uma costureira após desgastes e embaraços constrói uma blusa, uma calça ou algo
diverso, em nossas vidas estamos montando uma peça, uma trama, um desenlace
para tudo que deixamos sem explicação. Construímos um ciclo, sem muitas vezes
reparar nisso. E nunca realmente percebemos que este é formado de milhares e
milhares de pontos e remendos que também são ciclos, que são imensos e
infinitos por si só.
Se
você procurar algum tecido e olha-lo atentamente e com muito cuidado, reparará
que este é feito de diversas ligações. Nossas existências são como isso. Em
cada fio existem diversos ligamentos e ligações.
E
em um pedaço de tecido existem milhares e às vezes milhões de fios. Somos todos
imensos e complicados. Porém juntos, mesmo sem perceber ou querer, somos uma
manta, uma trama inteira. Um livro cheio de palavras iguais mas ao mesmo tempo diferentes.
Um
dicionário com verbetes de origens das mais diversas. Um aparelho eletrônico
com ‘’trocentas’’ peças e características.
Nós
nos sentimos independentes... e somos.
Porém,
somos ligados aos outros deste mundo caótico.
Seja
à pessoas mortas ou vivas. Os mortos vivem nas lembranças e legados que deixaram.
Os vivos morrem em seus trabalhos e afazeres diários.
Todavia,
tudo pulsa e tudo faz o mundo girar e se manter vivo. No final, não estamos
sós. Nunca terminamos, sempre deixamos parte de nós aonde quer que estejamos.
Como impressões digitais ou rastros na terra.
A
vida não tem fim.
Estou
terminando uma parte de minha vida, ano que vem nada será o mesmo, serei um
Pós- Graduado em Gestão Ambiental, mas tenho a impressão que estarei no mesmo
lugar ainda.
Chorarei
e me envolverei com outros textos e atos, talvez esqueça coisas que fiz este
ano. Porém acho que a melhor parte permanecerá em minha memória. Talvez de modo
vago como uma canção esquecida ou dolorosa como uma cicatriz de um ferimento
grave.
Todavia,
terei lembranças e farei novas lembranças. No fim das contas, perceberei que
minha vida foi diversa e que pareceu terminar em alguns pontos ou ruir em
outros, mas que no produto foi apenas algo homogêneo.
Eu
nunca me esquecerei desta ideia, e preciso me lembrar disso para não me
desapontar na estrada.
Preciso
lembrar que estou à beira de um fim, um cessar de algo pequeno como uma sala de
um apartamento, para logo após encarar a imensidão de um universo extenso e
vasto como meus sonhos.
Não
se esqueça, que lágrimas ou problemas até mesmo frustrações de uma promoção no
emprego que não veio, são coisas bem menores do que os oceanos que você ainda
terá que encarar daqui para frente. Esta é a vida adulta.
Somos
profusos, cheios de fusos e sempre confusos. Existimos. Estamos. Permanecemos.
Mudamos. Vivemos. Morremos. Porém nunca deixamos de ser.
Posted by : Welder Campos on quinta-feira, 11 de abril de 2013 | | 0 Comments
Eu, por exemplo, gosto do cheiro dos livros. Gosto de interromper a leitura num trecho especialmente bonito e encostá-lo contra o peito, fechado, enquanto penso no que foi lido. Depois reabro e continuo a viagem. Gosto do barulho das paginas sendo folheadas. Gosto das marcas de velhice que o livro vai ganhando: a lombada descascando, o volume ficando meio ondulado com o manuseio. Tem gente que diz que uma casa sem cortinas é uma casa nua. Eu penso o mesmo de uma casa sem livros.
Posted by : Welder Campos on sexta-feira, 5 de abril de 2013 | | 0 Comments
O escritor.
Como escritor, eu tenho que dizer que não é tão
fácil escrever um texto de boa qualidade e que prenda o leitor da primeira à
última palavra.
Já fui surpreendido com a seguinte afirmação:
“Vida de escritor deve ser tão fácil! Existem
tantos assuntos, desde o chão ao céu. Tudo é poesia.”
E digo, não é bem assim. Sofro demasiadamente para
escrever um texto bom e que, de fato, venha me render elogios.
Que escritor não gosta de ser reconhecido pelo
trabalho que faz?
Poesia também é ser ovacionado. Porém, o que me
cabe a dizer é que, independente da minha vontade, habilidade e paciência para
escrever, não é tarefa de qualquer um.
É difícil escrever um texto sem cair no clichê, ou
sem parecer que ficou igual ao de outra pessoa, que por sinal teve a mesma
ideia que você.
Como diz Martha Medeiros:
“Vida de escritor não é fácil! Temos que tirar
leite de pedra todos os dias.”
Bem, de fato temos sim. No começo do ano teve uma
notícia horrenda, em que ouve centenas de mortes em uma boate no Rio Grande do
Sul, quando fui pensar escrever sobre algo relacionado, o mundo já estava em
outra catástrofe, em outra tragédia, em outra notícia. O mundo está mais
moderno, consequentemente, mais englobado, recebendo informações rápidas
demais. Um dia esse povo explode!
Eles não têm capacidade de armazenamento para tanta
coisa que acontece hoje em dia. Mãe que mata filho, filho que mata mãe, bebês
que são jogados do outro lado do muro, gente matando gente sem se importa se
isso foge ou não da normalidade.
Não querendo fugir do núcleo central da mensagem
que estou querendo passar da maneira mais gentil possível, mas não é fácil
escrever diante de tanta evolução. É difícil pensar em um núcleo que não seja
como os outros.
Amor, por exemplo, quem é que não escreve sobre o
amor? Acho que deve ser o tema mais comentado e escrito por todos os
escritores, seja de forma trágica, feliz ou sei lá o quê. Inventam amores de
outro mundo, e ainda existem os que acham que sabem amar, mas ainda sim,
continuam a falar sobre o amor.
Caímos em contradição de nós mesmos.
E a você, que me deixou sem palavras, ao afirmar
que vida de escritor é fácil sim, quero ver você formular um texto que a pessoa
não pense:
“Ah, já li um texto parecido.”
Alguns textos podem ter um objetivo diferente,
fugindo do caminho tomado pelo outro, mas sempre chegando ao mesmo destino.
Alguns textos se atribuem na mesma categoria, não necessariamente sendo
escritos pelas mesmas palavras, mas que no fim, possuem a mesma moral que o
outro.
Não querendo julgar a forma com que cada pessoa
enxerga certa coisa, mas vamos parar pra pensar um pouco e fugir dessa rotina
cansativa que nos prende.
Escritores, por mais difícil que seja inventar algo
novo não mata ninguém. E por mais que vida de escritor seja difícil, é sempre
bom ressaltar sentimentos, momentos, pensamentos que sempre querem ser dito por
muitos, mas que por fim cabem a nós passarmos para o papel.
É difícil se adequar a tudo que acontece de fato.
Se hoje acontece algo interessante que você sabe gerará certa repercussão ou
interesse do leitor, é óbvio que a sua criatividade atiçará e é inevitável que
você escreverá sobre o assunto. Seja de um novo posto que a mulher conseguiu
conquistar, dos direitos que os homossexuais adquiriram depois de tanta
opressão, de uma nova modernidade, amor, felicidade, amizade e por aí vai.
Como disse um inoportuno: tudo é poesia.
E por mais que alguns assuntos sejam totalmente
opostos um do outro, ainda sim continua uma tarefa difícil.
A gente tira leite de pedra, paga com juros e parcelado.
A gente paga caro. E a troco de quê?
De nada.
Cada escritor sabe o bem que escrever o traz.
Vez ou outra me sento em frente ao computador e
penso, o que é que ainda falta escrever?
Tudo está dito.
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