Estou dando um tempo do blog, não estou bem, mentalmente e
espiritualmente, não estou dando conta de olhar para a pagina em branco de
deixar sair nada!
Quero apenas ficar bem. Quero dizer também que eu te amo amor, e estou
tentando ficar bem, mais esta muito difícil, esta tão complicado, quero apenas
sair do buraco escuro e fundo.
Quero ficar feliz, alegre, quero ficar bem quando não estou ao seu lado.
Porque só quando nós estamos juntos eu deixo de pensar um pouco nas ‘’tais’’
coisas ruins que me perturbam que me afligem.
Para os poucos leitores do blog, eu só tenho a dizer que apenas quando
eu estiver bem eu voltarei a postar alguma coisa aqui. Seja texto, poema, crônicas,
imagens, vídeos ou qualquer outra coisa!
Este texto fala um pouco sobre a tristeza, para você que não entender
alguma parte do texto, me pergunte que eu lhe explicarei.
Até algum dia então!
Viva... Viva... Viva a Sociedade do Blog Alternativo!
É sempre com o peito virgem e assustado e infantil que ficamos tristes.
É sempre com cinco anos, com fome, gelados, segundos antes de morrer de falta
de sentido por ter nascido.
A tristeza é uma criança de rua com uma faca apontada pra falta de amor
que o mundo ofereceu pra ela. Uma meleca no nariz que nenhuma mãe limpou se
transformando nos olhos de um adulto assassino.
A tristeza é um pedaço de vidro numa mãozinha pequena. A tristeza é um
anjo que não arrumava ninguém pra poder agir como um anjo e foi ficando bem
diabólico. A tristeza é ter que comer um risoto caro, com amigos felizes,
quando só se quer vomitar no banheiro de casa, sozinho.
É triste.
Eu
quero vomitar tudo. A água, a saliva, a língua, o seco da garganta, o
apartamento de milhões de metros quadrados vazios que virou o meu peito. Quero
vomitar minha pele, meus olhos, meu fígado, meus horários, minhas listas de
vontades.
Só quero você centro do meu peito, você, com a luz azul da minha
esperança.
A
tristeza me fez um milhão de vidas. Um milhão de almoços e jantares e projetos.
Eu sorrindo, implorando às distrações que me levem, que façam remendos em meu
peito perfurado pela violência do ar que não assovia mais os seus sons.
A
tristeza me fez cortar o cabelo. E me fez aumentar os pesos do pilares. E me
fez prometer varias coisas.
Não existe nada mais triste do que essas coisas de dar a volta por cima
e essas coisas de tocar o barco e essas coisas de sacudir a poeira e essas
coisas medonhas que a gente fala ou pensa ou ouve. A tristeza são frases vazias
e feitas e tediosas saindo de bocas vazias e feitas e tediosas.
A
tristeza me fez repartir o calmante no meio.
Tomar um. E tomar o outro. Porque nem calmante eu to suportando ver pela
metade. Que pelo menos no limbo da minha mente triste alguma coisa possa viver
inteiramente.
A tristeza é uma parede, uma geladeira, um computador, um telefone, uma
televisão, uma cama, um elevador, um carro.
A tristeza são as ruas, os jornaleiros, as pessoas gordas atravessando,
as pessoas magras atravessando. A tristeza é o cinza, o vermelho, o azul, o
transparente.
A tristeza é a próxima música, a próxima seta pra direita, a próxima
seta pra esquerda. A tristeza é o ar que sai e o ar que entra. A tristeza é o
segundo de ar que se perde e fica mais um tempo. A tristeza é dizer que são
cinco dias, são seis dias, são sete dias.
A tristeza é a nossa última vez juntos fazendo quinze dias, dezesseis
dias, dezessete dias.
A tristeza só sabe que é triste e todo o resto ela só tenta saber, mas
fica louca e desiste.
A tristeza é de uma simplicidade que a torna ainda mais triste.
A
tristeza é qualquer posição sentada ou em pé ou deitada. A tristeza é deitar e
levantar. Tentar ou desistir carregam a mesma tristeza das coisas que não
existem.
Minha pele toca no pano, na água, na tela, uma mão toca na outra. Todos
os toques são tristes. Todas as posições são tristes. Amanhã será triste, ontem
foi triste. Hoje é o dia mais triste do mundo.
É
porque eu tenho medo de dirigir até o Morumbi no escuro?
É porque eu uso pijama feio pra dormir?
É porque eu sou egoísta e louco e tenho um dente torto?
É porque eu criei sete mil muros, mas queria esmurrar até sangrar?
Ou é só porque é assim mesmo?
Assim: finito, simples e triste demais.
Hoje
elegi o mais triste de tudo.
É o banquinho que guardava a sua bolsa de carteiro e que não guarda mais
nada.
Ele agora é só o que era mesmo pra ser: um banquinho. Limpo, solitário,
imponente, em sua nobre função de banquinho.
Amanhã quero que seja melhor do que hoje, quero deixar a
tristeza em uma calçada qualquer, e ser feliz.
Faça-me feliz outra vez?
Salve-me desta tristeza?
♪
I said maybe
You're gonna be the one that saves me?
And after all
You're my wonderwall
Ryan Adams Wonderwall
1 comentários:
o texto está legal apesa de grande , talvez umas imagens ajudariam não ficar tão massante
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